quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mito Mídia

A mídia possui um caráter que pouco percebemos ou nos importa. Narcotiza ironicamente gentileza e altruísmo social em reportagens que colocam em júri – popular, ético ou empresarial? – os acontecimentos sobressalentes na seleção da imprensa.  Seja feita a justiça.

Na edição de 11 de maio de Conexão Repórter, do SBT, Roberto Cabrini trata do Mito Alani, a menina de 7 anos que se tornou conhecida internacionalmente como a pequena missionária do Brasil.

Com repercussão além do que qualquer criança poderia suportar, pontua sutil ou explicitamente Cabrini, em absurdos 35 minutos e 4 segundos o programa faz ingenuamente um metajornalismo às avessas: explora até que ponto toda essa exposição prejudica a vida da menina.

Conexão Repórter se utiliza de edições primárias de corte, enquadramento e trilha, no intento de sensibilizar a recepção. Ainda que questões pertinentes sejam colocadas, não foge à característica de espetáculo, como taxa em alguns momentos os cultos religiosos.

Eis o realismo fantástico da Mídia! Quão piedoso e justo o programa é ao expor e enredar ao comando do sarcasmo inconseqüente de Roberto Cabrini  seus personagens em busca de audiência?

Não haveria nenhuma declaração autorizada socialmente – como a da Psicologia tomada como aval de suas acusações aos pais da criança – que vetasse a abordagem que Cabrini faz à Alani? Responda agora: até que ponto toda essa exposição afeta a vida da menina?

Estará sendo a fé explorada? Tanto quanto tudo aquilo que a mídia manipula em prol do paganismo comercial.

 Gracy Laport.


ASSISTA O PROGRAMA NA ÍNTEGRA:

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Até que se prove o contrário...


TVI24: “Strauss-Kahn: Alegada vítima é guineense”

A rede mundial de computadores trouxe a público, esta semana, o caso do presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, que está sendo acusado de abusar sexualmente de uma camareira de hotel na cidade Nova Iorque. Dominique teria tentado fugir, mas foi detido quando embarcava em um voo para Paris, cidade onde reside. 

O site português TVI24, na matéria entitulada “Strauss-Kahn: Alegada vítima é guineense”, traz uma abordagem interessante do fato, que diz menos do caso e mais de ética jornalística. Ao fim da notícia, é possível ler o subtítulo: “E a presunção de inocência?”. Ele traz a opinião pertinente da secretária geral do Partido Socialista Francês, Martine Aubry, que diz: «Com respeito por esta jovem, gostaria que fosse respeitada a presunção de inocência. Fiquei muito chocada com as imagens. [...] Não se pode humilhar alguém que ainda não foi julgado». As imagens que podemos recolher no Google sobre o caso mostram, invariavelmente, Strauss-Kahn algemado, sendo detido, ou sentado num banco (dos réus?) à frente de uma autoridade policial. 

A opinião da secretária nos faz refletir a respeito de valores-notícia como a barbárie e ainda, sobre ética jornalística. Um crime bárbaro como o estupro deve ser julgado como tal, mas não deve sofrer um pré-julgamento por parte de leigos como nós, jornalistas ou aspirantes a tal. Mais grave: sabemos da importância da condução de opinião pública que nos é conferida. 

Há que se refletir, em situações como essa, sobre inúmeros casos relatados pela imprensa nos quais julga-se, condena-se e prejudica-se personalidades e “ meros mortais” antes mesmo que a polícia e a justiça consigam entender o caso. 

Não pretendo provar a inocência de ninguém. Apenas concordo com Aubry quando o assunto é o direito sagrado à cabeça erguida, que a imprensa costuma negar sem piedade. 

(Por Suellen Amorim)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Reportagem sobre escândalo na merenda mostra bom exemplo de jornalismo

       Neste domingo, 8 de maio , dia das mães o programa semanal fantástico, exibiu uma reportagem sobre a merenda nas instituições publicas de ensino, para tanto a produção passou por varias cidades do interior do pais, do nordeste ao centro oeste, em um mês de apuração a equipe encontrou situações criticas em muitas escolas, comida estragada, vencida, armazenada sem qualquer cuidado e com a presença de animais, cenas absurdas de total descaso das autoridades publicas.
Ainda como se não fosse o bastante, acompanhada de tais denuncias surgiram diversas outras de desvio de dinheiro por parte das autoridades responsáveis pela alimentação escolar, uma série de prefeitos que ao invés de cuidar do dinheiro publico o desviava.
A reportagem de conteúdo forte rendeu uma parte dois no matutino Bom Dia Brasil, no dia após sua exibição no programa global, com direito a entrevista com um repórter que participou da matéria e comentários de Alexandre Garcia.
A apuração de tais fatos feita durante um período mais prolongado e com uma abrangência geográfica muito interessante, caracteriza um jornalismo cada vez mais raro de caráter investigativo no qual o jornalista produz a noticia ao ir atras de um fato que todos sabem de sua ocorrência mais ninguém se manifesta, o programa Fantástico já havia realizado reportagens de tal cunho como a que uma equipe rodou o pais averiguando prisões.
Do ponto de vista jornalistico é interessante notar nesta reportagem a presença de alguns critérios de noticiabilidades: como a polêmica, impacto, dramatização, que sem duvida vendem a matéria e mexem com o sentimento de qualquer “cidadão de bem” elevando a audiência, ou seja todo velho aparato midiático de enquadramento.
Só que dessa vez tais recursos são usados em prol de algo realmente importante, que pode gerar ecos na sociedade e talvez mudanças, e é essa uma das obrigações do jornalismo, e sendo o programa Fantástico quase que todo voltado para o entretenimento e matérias de primeira hora, tal trabalho merece respeito e repercussão.
A única ressalva que deve ser feita é que faltou a reportagem procurar escolas onde a merenda é de qualidade, para comparação e também para dar créditos a pessoas que trabalham duro todos os dia para que estudantes do pais inteiro possam estudar sem terem que se preocupar com a alimentação.

Lucas Lima  

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Obama, herói ou estrategista?

A morte de Osama foi comemorada pelo povo estadunidense como um título, foi a vitória contra a vergonha e o medo, que não eram do terrorismo em si, mas de terem falhado na guerra contra a personificação do terrorismo, representada por Osama Bin Laden. Não é preciso ser nenhum  Barack Obama para saber o que eliminar o grande inimigo significaria para o presidente dos EUA que o fizesse.
Inesperadamente nesta segunda feira, 2 de maio, Barack Obama anunciou a morte do líder da Al Qaeda e afirmou que a ausência do até então sumido e esquecido deixará o mundo mais seguro - Será que tempos antes do assassinato Obama diria que Osama ainda representava uma grande ameça? Discusões a parte, aconteceu que o povo americano condecorou o presidente como herói. Levando em consideração que o índice de aceitação do presidente não era bom e que recentemente foi anunciada sua candidatura, é impossível não questionar a veracidade das informações divulgadas pelo governo americano e a possibilidade de uma grande jogada política.
 Entre tantas dúvidas umas coisa é certa: Obama soube bem como explorar o chamado “Quarto Poder” para se promover. Era óbvio que a imprensa sedenta por notícias dignas de uma narração novelística iria ser o grande porta voz norte-americano. Mesmo antes da ONU pedir esclarecimentos, a imprensa mundial divulgou o pronunciamento, Obama aproveitou o espaço para despertar o sentimento de justiça no povo, que bombardeado de notícias e discursos recebeu as informações como sendo absolutamente reais. 
Se Obama é afinal ou não o "grande herói" dessa história talvez nunca se saiba, mas que foi vitorioso em sua estratégia de marketing, ganhando 9 pontos no índice de aprovação que talvez confirmem sua reeleição, é fato. Obama deve agradecer sua grande aliada: A imprensa, que por sua vez comemora mais uma novela lucrativa. Até que um novo fato abale essa relação de cooperação, a aliança manipuladora está formada!
                                                                                     
Flávio Ulhôa