terça-feira, 26 de abril de 2011

Um "conto de fadas" contemporâneo

A mídia (e consequentemente as pessoas) aguardam ansiosamente o casamento do Príncipe Willian, da Inglaterra, com Kate Middleton. Sobre o acontecimento, banal para a maioria dos “mortais”, formou-se uma novela. É válido contar aos “espectadores” desde o passado das personagens, até a ficha criminal de seus parentes.

O que foi escrito no texto da reportagem de capa da Revista Época na edição do dia 18 de abril “Quem das mulheres não quis ser Cinderela? Qual menino não sonhou em ser Rei Arthur?”, resume o raciocínio, e mexe com o imaginário das pessoas, estimulando o caráter comercial, já que vende para todos os públicos.

A Revista reservou nada menos que 20 páginas para contar, nos mínimos detalhes, a pomposa cerimônia, além de frívolas curiosidades sobre o Príncipe Willian e Kate Middleton. Todavia, a revista de maneira surpreendente, justificou a necessidade de publicar tais informações, como se dissesse ao público: “Estamos publicando e fazendo render informações tão supérfluas, pois a futilidade vende, e se não o fizermos, vocês buscarão nas páginas de nossos concorrentes”.

Assuntos de suma importância recentemente, como e tragédia no Japão, ou a chacina em Realengo, foram deixados em segundo e terceiro planos, e substituídos tão rapidamente, apagando também da memória das pessoas o que não é agendado pela mídia.

O interesse público não tem lugar no atual contexto, e o que vale agora não é a venda indiscriminada de armas num país aonde isso é proibido, ou a possível construção de usinas eólicas no Brasil. É mais interessante escrever sobre o que o povo quer ouvir, e não sobre o que precisa ouvir.
Bárbara Andrade




 

Um comentário:

  1. Toda esta ênfase no assunto foi para nos provar que no final, tudo acaba em "foram felizes para sempre". Que apesar de todo o mal espalhado pelo mundo e notícias trágicas, o amor está no ar e podemos nos realizar no casamento da plebéia!!!!!

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